Magistrada não quer julgar acusados da chacina de Unaí - MG

A juíza Raquel Vasconcelos da 9ª vara criminal de Belo Horizonte, tomou a decisão nesta quinta-feira 24, de declinar do processo em que respondem os acusados de assassinar seis pessoas em janeiro de 2004, cinco fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, durante uma fiscalização, na manhã de 28 de janeiro de 2004.
Presidente da (CDHM) Domingos Dutra
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Domingos Dutra (PT-MA), que tem uma audiência programada para esta segunda-feira 28, para cobra celeridade no julgamento dos acusados, firmou nesta sexta-feira 25, que apesar da decisão da magistrada, vai consultar as entidades para manter a audiência na tentativa de a Juíza muda de idéia. Ainda segundo o deputado, a realização do julgamento em Unaí não é uma garantia de punição dos acusados.
Sonora: “Realiza em Unaí a nenhuma segurança de que os jurados sejam pessoas isentas que estejam dispostas a avaliar a acusação e a defesa, mas sem nenhum tipo de contaminação”, comenta Domingos Dutra.
Dutra lembra que em 2004, um dos mandantes dos crimes, foi preso e logo após ser solto, elegeu-se a prefeito com 82 % dos votos e conseguiu a reeleição em 2008.
“Se em dois mil e quatro, um dos mandantes, logo após que foi solto, se elege prefeito de Unaí com 82 % dos votos, e se reelegeu em 2008, imagina? É um dos maiores produtores de feijão do Brasil, se ele já foi absolvido politicamente logo após do crime e se reelegeu? Evidentemente que é a maior prova de que lá em Unaí não há condições alguma de realizar esse julgamento sob pena de ser uma farsa, de realizar o julgamento com a certeza de que vão ser pelo menos os grandes absolvidos”. Completa Domingos Dutra.
Em outubro de 2009, foi sancionada a Lei 12.064, que criou o Dia Nacional e a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Em homenagem aos servidores mortos em Unaí, a data escolhida foi 28 de janeiro. Naquele dia, morreram a tiros os fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, o Tote, de 42 anos, João Batista Soares Laje, 50, e Nelson José da Silva, 52, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira, 52 de anos.


Por Nildo Costa