O Globo - 22/05/2013
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Governadores pediriam interferência contra
candidaturas do PT
BRASÍLIA A presidente
Dilma Rousseff até planejou ir ao jantar de ontem com os governadores,
ministros e líderes do PMDB, no Palácio do Jaburu, residência oficial do
vice-presidente Michel Temer. Essa expectativa foi alimentada até o meio da
tarde, mas ela acabou desistindo, para evitar pelo menos dois
constrangimentos: o de ter que encarar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
menos de uma semana após a crise na votação da MP dos Portos, e o de ter que
ouvir os governadores, principalmente Sérgio Cabral, pedindo para que o PT
abra de mão de candidaturas estaduais em prol da aliança nacional.
Oficialmente, a
justificativa dada a Michel Temer foi que a família da presidente estava em
Brasília e ela queria ficar em casa para aproveitar a visita. Mas, nos
bastidores, interlocutores da presidente afirmam que ela queria mesmo evitar
uma saia-justa.
O governador Sérgio
Cabral, seu vice Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes confirmaram
presença no jantar, e pretendiam fortalecer a posição do partido em defesa da
candidatura do vice-governador na eleição do ano que vem, contra as
pretensões do petista Lindbergh Farias. Entre os cinco estados governados
pelo PMDB, dois preocupam especialmente o partido: o Rio de Janeiro e o
Maranhão.
- Vamos conversar com
os governadores, examinarmos a situação do PMDB nos estados, vamos discutir
isso. Vai ser um primeiro passo para a eleição do ano que vem - dizia Michel
Temer à tarde, bastante cauteloso.
Cabral confidenciou a
aliados que pretende deixar claro que não apoiará a chapa da reeleição da
presidente Dilma, com o próprio Temer, caso o PT lance candidato ao governo
do Rio contra Pezão. O governador reafirmaria ontem aos colegas que a
candidatura que representa seu governo, no qual o PT tem participação, é a do
vice-governador, e que a opção do PT por uma candidatura própria implicaria
em abandono imediato da chapa presidencial de Dilma. Entre peemedebistas, a
aposta é que, neste caso, Cabral provavelmente ficará neutro, sem embarcar em
qualquer candidatura oposicionista.
Michel Temer defende
que o PMDB mantenha o diálogo, sem imposições, e vem conversando sobre o
xadrez eleitoral de 2014 com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o ministro
da Educação e provável coordenador da campanha de reeleição de Dilma, Aloizio
Mercadante. A cúpula do PT, no entanto, vem incentivando Lindbergh Farias.
Ontem, o deputado
Leonardo Picciani, representante do Rio na Executiva Nacional do PMDB,
afirmou que a legenda pode entrar nas próximas semanas com um processo contra
Lindbergh por campanha extemporânea. Ontem, uma reportagem do GLOBO mostrou
que Lindbergh fez ataques ao governo Cabral em um evento partidário no último
sábado, em Nova Iguaçu.
- As críticas são
naturais de um candidato em campanha, mas estão mal colocadas por estarem
fora de hora. Nossos advogados estão analisando o vídeo do evento e se
parecer campanha extemporânea nós vamos tomar as medidas apropriadas -
explicou Picciani.
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