ROSEANA SARNEY PASSA PELA REGIÃO DO BAIXO PARNAÍBA INDIFERENTE AOS GRAVES CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA


Aldir Dantas 17:14 on 14 de maio de 2013 

A FETAEMA e a Igreja Católica continuam defendendo homens e mulheres do meio rural.

Católicos e trabalhadores rurais sem terra para trabalhar
O Movimento Sindical Rural que já tinha motivos mais do que suficientes em manifestar a sua indignação contra o Governo do Estado, ficou revoltado com a tentativa de manipulação feita pela governadora Roseana Sarney, durante a sua passagem pela região do Baixo Parnaíba, com o governo itinerante.  A desgraça, a fome, a exclusão social e a expulsão de milhares de famílias de pelo menos nove municípios foram proporcionados pelo agronegócio do eucalipto com ações perversas do grupo Suzano Papel Celulose. Os frutos nativos do cerrado, como o piqui, o bacuri e enormes áreas de babaçuais estão sendo destruídos para o plantio do eucalipto.
A manipulação foi decorrente da distribuição de sementes ou grãos melhorados feitos pelo governo a alguns trabalhadores e trabalhadoras rurais, em período fora de época para o plantio. A desconfiança é de que não seja realmente semente, que será determinada com os resultados. A semente selecionada permite 100% de germinação, enquanto o grão melhorado, muitas vezes não chega a 40% e a produtividade é inexistente, o que causa prejuízos e frustração aos pequenos agricultores, uma vez que há registros de inúmeras distribuições de grãos como sementes. Um líder sindical observa, que na prática são distribuídos grãos adquiridos de empresários do agronegócio ligados ao governo. Infelizmente o governo não tem respeito à pequena agricultura, além de não fazer nada por ela, ainda procura prejudicá-la, quando não fala de assistência  técnica  e arrecadação de terras devolutas que estariam incorporadas ao patrimônio do grupo Suzano Papel Celulose, e que seriam de conhecimento do Iterma.
O agronegócio do eucalipto e da soja ainda não expulsou um maior número de famílias devido à luta em defesa dos direitos e da dignidade  de homens e mulheres do meio rural  pela FETAEMA e pela Igreja Católica, mas existem conflitos pela posse da terra,  inclusive com denuncias de fraudes praticadas em cartórios.  A região tinha um grande potencial hídrico, mas os mais de 90 mil hectares de eucalipto acabaram com os recursos naturais, e a tendência é que o problema venha a se agravar, principalmente pelas perfurações de poços artesianos para atender a demanda dos grandes viveiros de mudas do agronegócio do eucalipto. Como eles são protegidos do governo, tudo podem e devem continuar impondo regras na região do Baixo Parnaíba, mas com a resistência do Povo de Deus e das entidades da sociedade civil organizada.
A verdade é que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são indiferentes à problemática dos conflitos agrários e as ameaças de morte de trabalhadores e trabalhadoras rurais continuam aumentando.  As denúncias feitas pela FETAEMA e pela Igreja Católica é que 49 pessoas estão na mira de armas de fogo de pistoleiros de fazendeiros, grileiros e de empresários do agronegócio.
Muitas pessoas já perderam a vida, outras tiveram suas casas e roças consumidas pelo fogo, até mesmo escolas e Igrejas Católicas já foram incendiadas. Não há providência de maneira alguma, uma vez que o aparelho policial sempre é favorável aos grileiros, aos políticos e aos fazendeiros, sendo que em muitas oportunidades chega  a se unir com jagunços para oprimir trabalhadores e trabalhadoras rurais. A indiferença dos poderes constituídos para a problemática é tamanha, que se assassinarem  hoje, amanhã ou depois  homens e mulheres do meio rural, não haverá nenhuma preocupação por parte do governo, mas se em defesa da própria vida, um agricultor matar um bandido travestido de político, fazendeiro e grileiro, veremos manifestações do Sistema de Segurança Pública, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário e até sérios riscos de morticínios. Várias entidades se articulam para denunciar a violência no meio rural do Maranhão a entidades internacionais dos direitos humanos.