O médico Igo Lago (PDT), filho do saudoso Jackson Lago, ex-governador do Maranhão, anunciou ontem (25) que vai votar e pedir votos para a reeleição do prefeito João Castelo (PSDB). É um direito que lhe assiste e só a ele é dado escolher quem achar melhor.
Antes, o filho de Jackson votou em Haroldo Sabóia (PSOL) no primeiro turno. Agora, saltou da terra para a lua, ou melhor, para Marte.
É compreensível sua decisão. Afinal, o médico não mora em São Luís e muito menos no Maranhão há muito tempo. Reside e trabalha em São José do Rio Preto, São Paulo, embora tenha um emprego também na cidade de Imperatriz, na área da saúde.
Mas não custa nada lembrar que João Castelo foi eleito prefeito de São Luís, em 2008, pela força da máquina dirigida pelo então governador Jackson Lago. A escolha do nome de Castelo saiu do bolso de Lago, contrariando seu próprio partido, o PDT, e as agremiações do campo da esquerda que apoiavam seu governo.
Foi Aziz Santos, secretário de Planejamento da gestão Jackson Lago, quem operou os recursos para bancar a campanha castelista. Afinal, Aziz era o detentor das chaves do cofre estadual. Além do que saiu do público, o secretário foi buscar também no privado (empresas que trabalhavam para o Estado) dinheiro para garantir a eleição de Castelo. Nem precisa dizer como o prefeito da capital retribuiu o favor ao seu auxiliar quando ele governou o Maranhão. Aziz foi presidente da Companhia Progresso do Maranhão, na gestão de Castelo, e seu consultor financeiro.
Eleito prefeito em 2008, assumiu em janeiro de 2009, quando Jackson Lago ainda era governador. Assim que teve o mandato cruelmente cassado, Lago foi à sede da prefeitura da capital. Não foi atendido. Passaram quatro meses para que o prefeito recebesse o ex-governador, numa audiência relâmpago.
Os amigos de Jackson Lago, os mais chegados, esperavam que a administração municipal os acolhesse, ao menos em parte. Castelo nem os reconheceu. Em 2010 veio a eleição para governador e Lago saiu candidato. Fez a campanha mais pobre de toda a sua história. Não tinha nenhuma estrutura nem para se deslocar ao interior do Maranhão. E o que fez joão Castelo? Cruzou os braços e deixou o amigo na estrada.
Mas Igo Lago, que não mora no Maranhão, não tem o dever de saber o que aqui se passa ou o que se passou com o pai quando governador e depois fora do mandato.