(Brasília-DF, 12/09/2012) O presidente da Alcoa para América Latina, Franklin Feder, comemorou nesta terça-feira (11), a medida de redução do custo da energia elétrica para a indústria e o consumidor residencial, mas admitiu que tem outros desafios, como negociar seus contratos novamente com a Eletronorte para obter o desconto anunciado.
O anúncio foi feito hoje pela Dilma Rousseff, em solenidade realizada no Palácio do Planalto, que reuniu ministros, governadores de estados, vice-governadores, parlamentares, empresários e representantes de centrais sindicais.
De acordo com o governo, a queda na tarifa da energia elétrica já começa a partir de 2013, e a média do custo será de 20,2 por cento, sendo que para os consumidores de alta tensão, como a indústria, o valor cairá de 19,4 a 28 por cento, e para as residências, a tarifa ficará 16,2 por cento menor.
“É um dia histórico”, comemorou Feder, frisando que “hoje e agente celebra, amanhã a gente começa a trabalhar”.
No caso da Alcoa, ele disse que tem outro desafio. “O nosso maior fornecedor de energia é a Eletronorte e para que a gente tenha os efeito daquilo que foi anunciado hoje (11), temos que sentar à mesa com a empresa e renegociar esses contratos, para tentarmos já aproveitar essa redução de custo em janeiro de 2013”, revelou o executivo.
Questionado pela imprensa que se é possível aumentar a produção, sem reduzir custo, Franklin Feder declarou que nesse momento, sem dúvida, a medida anunciada aumenta a competitividade da Alcoa e falou dos desafios que a industria de alumínio enfrentada no mundo.
- Temos que olhar para a indústria global de alumínio que hoje enfrenta um grande desafio: os preços estão baixos e os custos elevados. Então grandes planos de investimentos nesse momento não existe dentro da indústria. Pelo contrário: está se fechando fábricas nos Estados Unidos, na Europa. Vocês sabem que o Brasil estava na lista de fechamento de fábricas. Então podemos afirmar que, sem dúvida nenhuma, o que está acontecendo hoje (11) garante o aumento da nossa produtividade. Já o investimento, aí depende de mudanças da indústria global, da posição da China, dos Estados Unidos, enfim depende de muita coisa - acentuou.
Ao fazer uma comparação da situação hoje do custo médio de energia na indústria de alumímio com o cenário que está sendo desenhado para 2013, Feder informou que a média mundial é 35 dólares por megawatt/hora (MW/h), enquanto no Brasil esse custo está atualmente entre 55,00 dólares e 60,00 dólares MW/h.
“Nós, da Alcoa, chegamos a pagar até 82 dólares por megawatt/hora”, informou o presidente da Alcoa, demonstrando, contudo, esperança que a medida anunciada pelo governo brasileiro segure a produção atual.
- Com a essa redução do preço da energia para a indústria, que pode chegar até 28%, vamos nos aproximar da média mundial. No Oriente Médio, por exemplo, lança-se novas fábricas com quase a metade da média. O diferencial é que o Brasil tem bauxita de boa qualidade. Então, hoje é importante para nós, aqui do Brasil. E realmente vou celebrar, mas sabendo que temos muito trabalho a fazer - acrescentou.
(Por Gil Maranhão, para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)