O primeiro hospital do rol das 64 unidades de 20 leitos que a governadora do Estado utiliza como bandeira de seu governo customizado, além de ineficiente vem contribuindo para adoecer a população do município de Lago dos Rodrigues e dos outros vizinhos. Contraria de maneira cruel seu propósito primeiro, qual seria assistir à população doente.
Para se ter uma ideia, os funcionários levam consigo a água para consumo próprio, evitando a oferecida no local. Aos pacientes a água disponível é da pior qualidade ou chega em carro pipa, não passando por nenhum tratamento.
"Este hospital é um símbolo da nova política de saúde que está sendo colocada em prática pelo Governo do Estado", bradou a governadora Roseana Sarney (PMDB) aos convidados presentes à solenidade de inauguração do primeiro hospital do programa Saúde é Vida, no município de Lago dos Rodrigues.
Para reforçar o discurso da chefa, o secretário de estado da Saúde, José Márcio Leite (espécie de preposto de Ricardo Murad), emendou: "É um sonho trabalhar para que cada município tenha o seu hospital de referência, um local, onde os moradores possam ser clinicados com eficiência e conforto".
Hospital está localizado em uma área alagada sem esgotos |
Um mês depois o hospital tem cara de novo, ainda às voltas com a conclusão das obras. Confirma, por outro lado, a política de saúde devastadora praticada pelos Sarneys há quase meio século no Maranhão.
Sem funcionar na sua essência, maldade compará-lo a um elefante vistoso e enfermo. À irracionalidade do animal só a bestialidade do poder.
Não há sequer um aparelho de raio X. Médicos são aparições fantasmas no local. O estoque de medicamento é precário. Nada que difira do restante do sistema.
O mais grave, porém, está no procedimento adotado pela prefeitura - gestora da unidade - para o lixo hospitalar. Retirado em carros limpa-fossa de um "fossa" que não estava nos planos arquitetônicos do Saúde é Vida, o material é despejado em um pântano situado logo à frente do hospital. O mau cheiro causou revolta nos moradores que não mensuram o risco maior. Eles buscaram o ministério público. Diante de tanto desmando do prefeito Valdemar Souza Araújo (PV), "amigo do desembargador Jamil Gedeon", ex-presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, a aplicação do remédio ficou para depois.